"Foi numa sombria noite de novembro que eu contemplei a realização de minha obra. Com uma ansiedade que quase tocava as raias da agonia, tomei dos instrumentos que estavam à minha volta, a fim de que eu pudesse infundir uma centelha de vida na coisa inerte que jazia aos meus pés. Era já quase uma hora da madrugada; a chuva batia tristemente nas janelas, e minha vela estava quase consumida quando, ao lusco-fusco da luz bruxuleante prestes a extinguir-se, vi abrir-se o baço olho amarelo da criatura. Ela respirava com dificuldade, e um movimento convulsivo agitava seus membros." (SHELLEY, Mary. Frankenstein. Porto Alegre: L&PM, 1997, p. 65).
Blog-registro do Mestrado em Artes Cênicas (UFRGS) de Daniel Colin. Pesquisa de caráter teórico-prático que se centra nos processos de criação do performer tendo o próprio corpo do artista como objeto de estudo. Investiga em que medida – e através de quais procedimentos - o performer consegue desconstruir/corrigir/transformar/reconstruir seu próprio corpo.
terça-feira, 8 de março de 2011
Frankenstein-me!
"Foi numa sombria noite de novembro que eu contemplei a realização de minha obra. Com uma ansiedade que quase tocava as raias da agonia, tomei dos instrumentos que estavam à minha volta, a fim de que eu pudesse infundir uma centelha de vida na coisa inerte que jazia aos meus pés. Era já quase uma hora da madrugada; a chuva batia tristemente nas janelas, e minha vela estava quase consumida quando, ao lusco-fusco da luz bruxuleante prestes a extinguir-se, vi abrir-se o baço olho amarelo da criatura. Ela respirava com dificuldade, e um movimento convulsivo agitava seus membros." (SHELLEY, Mary. Frankenstein. Porto Alegre: L&PM, 1997, p. 65).
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