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sábado, 12 de fevereiro de 2011

Jesus Cristo vs. Narciso


"Imitar Jesus Cristo designaria um limite. Mas esse limite designa também a tentativa de exceder a imagem pela imagem encarnada. A própria crença é completamente implicada por esse nó. Enquanto a imitação visava a semelhança e se dava o espelho como problema visual, a encarnação propõe processo e o primado da matéria a partir da noção de traços ou vestígios de Cristo. Por isso, os mitos da origem da imagem cristã implicam a luz, o sangue e o contato, enquanto os mitos plinianos ou ovidianos - tal como Narciso - implicam mais a sombra, o reflexo, a distância insuperável" (MATESCO, Viviane. Corpo, imagem e representação. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009, p. 20).



sábado, 29 de janeiro de 2011

o corpo, a sombra, o reflexo, a distância insuperável



"Alguns autores defendem que a aventura de quebrar o espelho e passar para o outro lado seria o grande estereótipo do corpo, pois ele atuaria, ao mesmo tempo, como sujeito e objeto. Desse modo, exibir seria o contrário de representar: a raiva do espelho se traduz pela reconstituição de uma superespecularidade, o que retira a tensão entre representação e realidade. (...) O debate do corpo como objeto de arte centra-se na impossibilidade da representação, pois se retira o "re" da representação, restando a apresentação. A confusão entre apresentação e representação da performance se deve ao fato de ela existir não porque o objeto é um signo, mas porque ela se torna signo durante o seu desenvolvimento. O significado da performance reside na relação estabelecida entre emissor e receptor, pois é um ato de comunicação. Dessa maneira, a performance tenta resolver a contradição entre o homem e sua imagem especular, pondo a descoberto a distância real entre as convenções sociais e os programas instituídos; o corpo é tomado aí como elemento do processo artístico"
(MATESCO, Viviane. Corpo, imagem e representação. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009, p. 46-47)