"Imitar Jesus Cristo designaria um limite. Mas esse limite designa também a tentativa de exceder a imagem pela imagem encarnada. A própria crença é completamente implicada por esse nó. Enquanto a imitação visava a semelhança e se dava o espelho como problema visual, a encarnação propõe processo e o primado da matéria a partir da noção de traços ou vestígios de Cristo. Por isso, os mitos da origem da imagem cristã implicam a luz, o sangue e o contato, enquanto os mitos plinianos ou ovidianos - tal como Narciso - implicam mais a sombra, o reflexo, a distância insuperável" (MATESCO, Viviane. Corpo, imagem e representação. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009, p. 20).
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