"A Socìetas Rafaello Sanzio, um dos fenômenos mais importantes do teatro experimental italiano desde o início dos anos 1980, pode ser um parâmetro exemplar desta concepção. Através da utilização de 'corpos inumanos'*, Romeo Castelucci, um dos diretores do grupo, torna discutível o conceito do belo, permitindo que percebamos, mesmo que de modo paradoxal, a beleza encantadora em corpos dissonantes. 'Cada corpo tem sua própria fábula' (LEHMANN, 2007, p. 343), afirma Castellucci." (COLIN, D. Do corpo-representado ao corpo-híbrido: os percursos corporais na cultura e na arte contemporâneas. Trabalho final da cadeira Dramaturgia da Cena Contemporânea, ministrada pela Profª Dra. Marta Isaacsson. Porto Alegre, 2011. p. 12-13).
(*) O próprio Lehmann utiliza este termo para englobar os atores da Societas Raffaello Sanzio, caracterizados por uma corporeidade diferente ou adoentada, como, por exemplo, uma obesa mórbida que interpretava Clitemnestra na Oresteia (1995) ou um anoréxico nervoso que interpretava Júlio César na peça homônima de 1997 (LEHMANN, 2007, 343-344).
Abaixo, excertos do espetáculo "Inferno", de Castellucci, parte integrante da trilogia "A Divina Comédia", evidentemente inspirado em Dante.
Aqui, uma cena de "L.#09 London":
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